Reino Unido/25 Abril: COMEMORAÇÕES EM LONDRES COM REFEIÇÕES DA ÉPOCA, CINEMA E MÚSICA

Um menu de ervilhas com ovos escalfados, pastéis de bacalhau e pudim flã vai acompanhar as celebrações do 25 de Abril por um café português em Londres, que organizou um programa com filmes, música e poesia. 

O café Portuguese Love Affair decidiu marcar de forma espontânea e diferente os 50 anos desde a revolução portuguesa de 1974 durante dois dias, quinta-feira e sábado, com a contribuição de voluntários. 

“O menu nestes dias vai ser baseado numa pesquisa que fiz sobre o que se comeu no país nesse dia”, revelou a coproprietária Dina Martins, sobre a ementa, que inclui pastéis de bacalhau, ovos verdes, ervilhas com ovos escalfados e pudim flã.

Após pedirem contribuições através das redes sociais, receberam respostas suficientes para preencher um dia e meio, quase todas de clientes, alguns dos quais se tornaram entretanto amigos. 

“Como se trata de um evento sobre liberdade, quisemos dar espaço a todos os projetos que se mostraram interessados em participar. A liberdade não se prende só com a liberdade de expressão, mas também de género, de amar quem se quer, de não ter medo de ser. Assim, sendo tentámos ser inclusivas e tocar em vários pontos relevantes também ao mundo atual”, vincou. 

Na quinta-feira, 25 de abril, a artista peruana Ingrid Pumayalla vai mostrar uma performance que foi inicialmente apresentada no Alentejo sobre culturas e mulheres, seguida por um concerto do músico Silvio Rosado. 

No sábado, o espaço no leste da capital britânica vai abrir com uma exposição de cópias de documentos relacionados com os capitães de Abril, textos censurados a escritores como José Saramago e Eugénio de Andrade e cartazes comemorativos do 25 de Abril.  

Durante a tarde haverá um momento de “meditação/yoga pela liberdade”, uma oficina de reparação de roupa e prova de vinhos. 

O programa de cinema inclui dois filmes ‘queer’, “Fatucha Superstar – Ópera Rock… Bufa!” (1976), de João Paulo Ferreira, e “Solidão Povoada” (1976), de Óscar Alves, e o documentário “A Censura no Fio da História” (2017), de Ricardo Paulouro sobre os arquivos do Jornal do Fundão. 

O dia conclui-se com uma performance de Luísa Amorim, comédia de Mariana Feijó e música de Ana de LLor, Ines Loubet, Cláudia Marques e JIM, incluindo canções de intervenção e sobre a revolução e temas do pós-25 de Abril. 

Fonte - Jornal As Noticias