EUA PERDOAM 17 ACUSAÇÕES DE ESPIONAGEM A JULIAN ASSANGE QUE SAI DA PRISÃO

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, aterrará na quarta-feira numa ilha remota do Pacífico, onde terminará formalmente a sua longa campanha para evitar a extradição para os Estados Unidos e será finalmente um homem livre.

O homem de 52 anos comparecerá perante um juiz no território americano das Ilhas Marianas do Norte para se declarar culpado de uma acusação, depois de os Estados Unidos terem perdoado 17 outras acusações de espionagem.

Depois de ter cumprido 62 meses de prisão, regressará à sua terra natal, a Austrália, para se reunir com a mulher, os dois filhos pequenos e outros membros da família.

Julian Assange, aceitou declarar-se culpado de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais, num acordo com a justiça dos EUA.

O portal disse na rede social X (antigo Twitter) que a libertação resulta de “uma campanha global” que “criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos EUA, conduzindo a um acordo que ainda não foi formalmente finalizado”.

O fundador do Wikileaks vai declarar-se culpado de crime de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais da defesa nacional dos Estados Unidos, confissão que terá de ser aprovada por um juiz.

Ainda antes do anúncio da libertação, um porta-voz do Governo australiano defendeu que o caso do fundador do Wikileaks “arrastou-se por muito tempo e não há nada a ganhar com o prolongamento da detenção”.

Assange estava detido em Belmarsh, no leste da capital britânica desde 2019, altura em que foi detido, após sete anos de reclusão na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação.

Desde então que os EUA tentavam a extradição de Assange, acusado de 18 crimes de espionagem e de intrusão informática pela divulgação no portal WikiLeaks de documentos confidenciais, que em 2010 e 2011 expuseram violações de direitos humanos cometidas pelo exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão.

Washington queria julgar Assange pela divulgação de mais de 700 mil documentos secretos e estava acusado pelas autoridades norte-americanas ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917, enfrentando uma possível pena de até 175 anos de prisão.

Em 20 de maio, o Tribunal Superior de Londres tinha autorizado Assange a recorrer da ordem de extradição do Reino Unido para os Estados Unidos da América.