OVERNO AMEAÇA JOVENS COM CORTE DE BENEFÍCIOS SE NÃO VOLTAREM A TRABALHAR – 9 MILHÕES JÁ NEM PROCURAM TRABALHO
Os trabalhistas revelaram os planos para forçar os jovens desempregados a voltar ao trabalhar ou à formação, ameaçando cortar os subsídios para aqueles com idades compreendidas entre os 18 e os 21 anos que recusem empregos, estágios ou oportunidades de formação. A Ministra do Emprego, Alison McGovern, defendeu a política, afirmando que esta se baseia no sistema atual, em que os benefícios já podem ser retirados se os indivíduos não cumprirem os requisitos. A ministra sublinhou a importância da responsabilidade mútua no sistema de proteção social, referindo que a maioria das pessoas aceita o apoio quando lhe é oferecido.
A nova iniciativa do Partido Trabalhista visa reduzir a inatividade económica e cumprir o seu ambicioso objetivo de colocar mais dois milhões de pessoas no mercado de trabalho, aumentando a taxa de emprego de 75% para 80%. O desemprego é de quase 1,5 milhões, mas a inatividade económica – pessoas que não procuram trabalho ativamente – subiu para mais de nove milhões, com 2,8 milhões de pessoas sem trabalho devido a doença prolongada, agravada pela pandemia.
A Secretária do Trabalho e Pensões, Liz Kendall, apresentará as medidas num livro branco focado no apoio ao emprego. Os planos incluem a remodelação dos centros de emprego, o aumento dos serviços do Serviço Nacional de Saúde (NHS) nos pontos críticos de desemprego e o incentivo aos empregadores para que contratem pessoas com deficiências ou problemas de saúde. No entanto, as reformas mais significativas, incluindo as alterações ao sistema de prestações sociais, só serão introduzidas no próximo ano. O Departamento do Trabalho e das Pensões (DWP) tenciona efetuar uma consulta sobre a revisão dos subsídios de saúde e de invalidez para fazer face ao aumento dos custos da segurança social, estando as recomendações previstas para a próxima primavera.
Os críticos argumentam que os planos dos trabalhistas não são suficientemente ousados. A secretária-sombra do Trabalho e Pensões, Helen Whately, acusou o partido de evitar as reformas necessárias para combater a dependência da segurança social e reduzir a fatura dos subsídios. Entretanto, os trabalhistas acusam os conservadores de falharem com a “geração pandémica”, citando o apoio insuficiente aos jovens e negligenciando os desafios mais amplos da inatividade económica.
O Governo espera resolver o problema através de uma maior formação profissional e de uma aplicação mais rigorosa das prestações sociais. Os ministros reconhecem a dimensão assustadora da desvinculação económica, com o DWP a destacar os “números gritantes” do desemprego e da doença prolongada. No entanto, as medidas pormenorizadas para reduzir os encargos com a segurança social e aumentar a participação da força de trabalho levarão meses a concretizar-se, com consultas e análises críticas a decorrerem até ao próximo verão.
Esta estratégia faz parte de um esforço mais amplo do Partido Trabalhista para enfrentar os desafios económicos, embora os críticos afirmem que fica aquém da ação decisiva necessária para inverter as tendências de inatividade e dependência.