Reino Unido: RESIDÊNCIA SOCIAL INDICADA PELA LÍDER ADJUNTA DOS TRABALHISTAS PODE SER ILEGAL E POLíCIA INVESTIGA

Angela Rayner investigada pela polícia de Manchester

A polícia da Grande Manchester lançou uma investigação sobre a vice-líder do Partido Trabalhista, Angela Rayner, depois de esta ter sido acusada de violar a lei eleitoral. A vice-presidente do Partido Conservador alega que poderá ter dado informações falsas sobre a sua residência principal.

Segundo um porta-voz da polícia, a força policial está a analisar “se foram cometidas quaisquer infracções”. Rayner nega qualquer irregularidade e Sir Keir Starmer disse estar “plenamente confiante” de que ela cumpriu as regras.

A investigação policial foi desencadeada por uma queixa do deputado conservador James Daly.

Daly, deputado por Bury North, terá alertado a polícia para o facto de os vizinhos contradizerem a declaração de Rayner de que uma propriedade, separada da do marido, era a sua residência principal.

Inicialmente, a polícia disse que não haveria qualquer investigação, mas o Daly queixou-se de que os agentes não pareciam ter consultado os cadernos eleitorais e outros documentos.

Sobre o assunto, Keir disse que se congratula “com esta investigação porque vai permitir traçar uma linha em relação a este assunto. Estou plenamente confiante de que Angela Rayner não infringiu as regras.Ela irá cooperar com a investigação, como seria de esperar, e é realmente um assunto de polícia”.

Questionado sobre se ainda podemos esperar vê-la em campanha nas próximas semanas, respondeu “sim” e acrescentou: “Temos de deixar a polícia fazer o seu trabalho”.

Mas, numa entrevista à ITV desviou-se de perguntas repetidas sobre a sua demissão caso se descobrisse que havia infração à lei, onde disse que Rayner “já deu muitas respostas em relação a este assunto” e que irá “cooperar com a polícia”.

Rayner, nascida em Bowen, comprou a casa geminada em 2007, obtendo um desconto de 25% ao abrigo do regime de Direito de Compra introduzido pela antiga Primeira-Ministra conservadora Margaret Thatcher.

A antiga prestadora de cuidados de saúde terá obtido um lucro de 48 500 libras ao vender a casa oito anos mais tarde.

Os peritos fiscais estimam que, embora Rayner possa não ter ficado a dever nada em imposto sobre as mais-valias após a venda, dependendo da sua situação de residência, há circunstâncias em que poderia ter ficado a dever até £3.500 ao Fisco britânico (HM Revenue and Customs).

O líder do Partido Trabalhista diz que se congratula com a investigação policial sobre a forma como a sua adjunta lidou com a venda de uma casa.

A deputada, que é também secretária-sombra do Partido Trabalhista para a Habitação, estava registada nos cadernos eleitorais como residente em Vicarage Road, Stockport, na Grande Manchester, até ter vendido a propriedade em 2015.

Mas parece ter dado dois endereços diferentes quando voltou a registar o nascimento de dois dos seus filhos em 2010, após o seu casamento com Mark Rayner.

O outro endereço listado, Lowndes Lane, é onde o seu marido estava registado como vivendo, de acordo com relatos do Mail on Sunday.

As alegações surgiram a partir de afirmações feitas num livro de Lord Ashcroft, um antigo vice-presidente do Partido Conservador, retomadas por Daly, que denunciou os alegados problemas à polícia.

Daly receava que o imposto sobre as mais-valias fosse devido aquando da venda da propriedade de Rayner, uma vez que, normalmente, os casais só podem ter uma propriedade como residência principal.

Rayner afirmou que não era responsável porque a casa era sua e a “única” que possuía, uma vez que o seu então marido “já possuía a sua própria casa de forma independente”.

‘DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS’

Alega-se que não seria permitido a Rayner e ao seu então marido terem evitado o imposto sobre as mais-valias quando venderam estas propriedades depois de casarem.

Rayner diz que recorreu a aconselhamento fiscal especializado, que acredita confirmar a sua posição de que não era devido imposto sobre as mais-valias, embora tenha resistido aos apelos para publicar esse aconselhamento.

Questionado no início desta semana se tinha visto o parecer fiscal de Rayner, Sir Keir disse: “Não preciso de ver o parecer jurídico. A minha equipa já o viu”.

O Secretário de Estado da Defesa, Grant Shapps, disse que se congratulava com o facto de a polícia voltar a investigar o assunto. O deputado conservador afirmou que “Angela Rayner passou a sua carreira política a chamar a atenção das pessoas exatamente por aquilo que parece estar a fazer agora. Não é aceitável que se ignore o assunto e não é aceitável que Keir Starmer diga que nem sequer vai ler os relatórios sobre o assunto. Isto é um assunto sério, é importante que seja analisado corretamente. E congratulo-me com a ideia de que a polícia está a fazer isso”.

Fonte "As Noticias"